Alegria

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quarta-feira, 2 de abril de 2014

# 025 - Sair - Antonio Cicero

Poema de hoje # 025
Conhecia Antonio Cicero de longa data, mas como irmão da cantora Marina e compositor de música. Depois conheci Antonio Cicero dando uma linda e sensível palestra sobre a poesia de Drummond na FLIP. E aí me animei a conhecer o Antonio Cicero poeta. Não me arrependi:
Sair, Antonio Cicero (A cidade e os livros)
Largar o cobertor, a cama, o
medo, o terço, o quarto, largar
toda simbologia e religião; largar o
espírito, largar a alma, abrir a
porta principal e sair. Esta é
a única vida e contém inimaginável
beleza e dor. Já o sol,
as cores da terra e o
ar azul - o céu do dia -
mergulharam até a próxima aurora; a
noite está radiante e Deus não
existe nem faz falta. Tudo é
gratuito: as luzes cinéticas das avenidas,
o vulto ao vento das palmeiras
e a ânsia insaciável do jasmim;
e, sobre todas as coisas, o
eterno silêncio dos espaços infinitos que
nada dizem, nada querem dizer e
nada jamais precisaram ou precisarão esclarecer.

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