Alegria

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quarta-feira, 2 de abril de 2014

# 039 - II (de Cem sonetos de amor) - Pablo Neruda

Poema de hoje # 039
Os dois primeiros versos já valem este poema...
II, Pablo Neruda, Cem sonetos de amor
AMOR, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em Taltal não amanhece ainda a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações
tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa os cravos.

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