Alegria

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quinta-feira, 3 de abril de 2014

# 055 - Soneto 19 - William Shakespeare

Poema de hoje # 055
Placar até agora: Shakespeare 1, Tempo 0. Neste soneto ele consegue perfeitamente seu objetivo de eternizar a beleza do seu amor.

SONETO 19, William Shakespeare (154 Sonetos)
Tempo voraz, corta as garras do leão,
E faze a terra devorar sua doce prole;
Arranca os dentes afiados da feroz mandíbula do tigre,
E queima a eterna fênix em seu sangue;

Alegra e entristece as estações enquanto corres,
E ao vasto mundo e todos os seus gozos passageiros,
Faze aquilo que quiseres, Tempo fugaz;
Mas proíbo-te um crime ainda mais hediondo:

Ah, não marques com tuas horas a bela fronte do meu amor,
Nem traces ali as linhas com tua arcaica pena;
Permite que ele siga teu curso, imaculado,

Levado pela beleza que a todos sustém.
Embora sejas mau, velho Tempo, e apesar de teus erros
Meu amor permanecerá jovem em meus versos.

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